Horizonte...

Ás vezes tenho a impressão ,de que ninguém me vê,como realmente sou e me vejo!
Sou um livro que ninguém lê,um beijo que ninguém recolhe,um corpo tornado desejo
um olhar que geme e acolhe as lágrimas que nele nascem
Ás vezes tenho a impressão,que sou um coração de pedra,num corpo disforme
que sou uma alma sem nome,num corpo sem coração,deambulando simplesmente
por aí
As vezes sou eu aqui..e tu desse lado,outras vezes sou apenas,um coração despedaçado
sem dó nem piedade,um corpo tornado saudade.pelos olhos da ambiguidade
Podes não estar presente e  não ver a minha imagem,não ouvir a minha voz
Ainda assim ,procuro-te constantemente e desejo que existas.
Talvez seja  irracional, mas é verdadeiro .
És uma espécie de droga, proibida de lembrar e impossível de esquecer.
Percorres todo o meu corpo como se fosses o dono do meu sangue, invades
 a minha alma como se fosses o dono do meu pensamento, invades a minha
 vida como se mais nada existisse.
A minha imaginação guia-me como se fosse uma menina, que viaja pelo
 mundo dos sonhos, tornando me na personagem de uma qualquer história
 de amor.
As bocas desorientadas, perdem-se na ânsia das línguas molhadas e inquietas
 as mãos enlouquecidas , seguem  os movimentos dos corpos sedentos
 que se deslizam e tacteiam, na avidez do desejo de se terem, muito para
além dos sentidos.
Num sorriso cúmplice, preenchido de alegria, contemplamos  calados pelos
lábios que se querem tocar, sussurram um ao outro, palavras de Amor que
 não se escrevem, porque não existem para além de nós.
Completamente perdidos na essência um do outro, transpões-me a alma e
invades-me carinhosamente o íntimo, numa conquista mútua de sensações
únicas.
 Selamos o momento com um abraço envolvente, que nos funde e  une, como se
fossemos um só.
O delírio,invade o nosso sentir, como o dia que começa a clarear a noite, para lá
da linha do horizonte...

Daqui da janela vejo esse horizonte onde  me perco.
Os meus olhos  decifram   lembranças que a brisa trás
ao passar.
Sinto saudades...
Sinto saudades do chão de estrelas onde nunca me deitei
nas noites  em que  não adormeci.
Tenho saudades das viagens que fiz nos  teus braços a sonhar...